quarta-feira, 8 de junho de 2011

grandes fotografias políticas (IV)



Para além da expressão nas caras, o que têm estes políticos em comum?

Têm em comum que traíram as suas mulheres, tentaram esconder os seus comportamentos, e mentiram ao povo. Negaram primeiro, inventaram alibis e mentiram. Enfrentaram processos para serem demitidos. Finalmente, só perante a certeza das provas apresentadas das suas infidelidades e perante o mais que provável fim da carreira política, apresentaram desculpas públicas às suas mulheres e aos eleitores.

Da direita para a esquerda e de cima para baixo: Anthony Weiner (Congressista de Nova Iorque), James McGreevey (ex-Governador de Nova Jérsia), Eliot Spitzer (ex-Governador de Nova Iorque), John Ensign (ex-Senador do Nevada), Bill Clinton (ex-Presidente dos EUA), e Eric Massa (ex-Congressista de Nova Iorque).

A expressão em todas estas caras exibe culpa, vergonha, tristeza e desapontamento face às circunstâncias. Mais que isso, há neles desgosto e raiva por verem uma carreira que tanto trabalho lhes deu a construir, cair na lama assim de repente. O desgosto dá lugar à vergonha, que dá lugar ao arrependimento. Desistem enfim, da vida pública, e retiram-se para a vida privada e lutar pela família. As luzes do poder deixam de ser a obsessão. A obsessão passa a ser o medo da vida solitária. É nestas alturas que o político dá o devido valor à família, ele humilha-se e diz que a mulher não merecia isto, mas que o aceite ainda assim.


Também o actor e ex-Governador da Califórnia que obrigou todo o mundo a conhecer o seu complicado nome, Arnold Schwarzenegger, exibe aqui uma expressão parecida. Recentemente anunciou a sua separação de Maria Shriver, sobrinha de John F. Kennedy, e confessou que tinha uma filha fruto de uma relação extra-conjugal com a sua empregada de há 20 anos.

Tudo isto se passa nos Estados Unidos da América, num país puritano e com uma ética religiosa (ainda protestante) muito exigente. E cá na Europa, como é?


Deste lado do Atlântico as coisas são muito diferentes. A integridade moral de um político não conta tanto. Até pode ser um trunfo. Silvio Berlusconi que o diga.

Já o francês Dominique Strauss-Khan, ex-director geral do FMI, esqueceu-se por momentos que estava do lado de lá do oceano. Cá na Europa, ele nunca seria tratado da maneira que foi em Nova Iorque, preso e algemado como outro criminoso qualquer, metido numa prisão normalíssima e levado a tribunal com a barba por fazer. Lá, a justiça humana funciona, igual para todos. Cá fazemos os nossos arranjinhos para amigos e influentes, e deixamos a justiça para Deus. Depois descuramos da justiça e não ligamos a Deus.


É impressionante como as fotografias falam. Nem sequer era preciso texto.

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