quarta-feira, 21 de julho de 2010

personagens do Fado (I) - a Lucinda Camareira

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O Fado tem um riquíssimo mundo de personagens que vale a pena conhecer, por serem caricaturas tão representativas de um povo e imagens tão características de certo mundo português. Por isso, hoje a Conspiração abre a série "personagens do Fado", que pretende dar a conhecer estas figuras que de alguma maneira compõem uma novela portuguesa dos dias de ontem e de hoje.
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A primeira é a Lucinda Camareira, camareira porque servia à mesa num café do Bairro Alto, popular e brejeira, mas muito bonita e graciosa à vista dos seus apaixonados, que até se vão convencendo de que há alguma nobreza nela escondida. Como nota a este contraste, podemos dizer que, se "quem feia ama, bonita lhe parece", neste caso "quem brejeira ama, nobre lhe parece". A beleza de Lucinda tem fama e atrai vários curiosos ao café da sua patroa Marcelina, até os nobres vêm de longe só para a ver. Embora com um final diferente, esta situação faz lembrar a história da Severa, que para muitos é o mito fundador do fado. Mas dessa falaremos noutro dia.
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"A Lucinda Camareira" é um poema de Henrique Rêgo, aqui interpretado por Alfredo Duarte Júnior e Vítor Duarte Marceneiro, pai e filho, e também filho e neto (respectivamente) do grande Alfredo Marceneiro. Apesar de gravado em estúdio de televisão, não se perdeu a emoção e a cumplicidade entre pai e filho fadistas.
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Post Scriptum: Se alguém quiser emendar ou acrescentar algum comentário a esta entrada, ou sugerir novos fados para esta série, tenho todo o interesse e gosto nisso.
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2 comentários:

Anónimo disse...

Como disse um ilustre autarca, «O fado é o ópio do povo!»
(E depois acrescentou: «Temos de far fado ao povo!»)

António Vieira da Cruz disse...

Qual autarca?