Na primeira fotografia temos um Barack Obama com auréola, em perfeito estado de santidade. O selo presidencial que está por trás, desfocado, contrasta com um presidente pensativo, de ar grave e sério. No seu cansaço, "Santo Obama" quase parece um mártir, enquanto assume uma vez mais o papel de conciliador e árbitro na cena internacional, reflectindo sobre a actual situação do Egipto. A fotografia é de dia 1 de Fevereiro e ilustra esta notícia da Agência Reuters.


Já na Europa Ocidental continental, há um grande cuidado em separar a Política da Religião, seja devido a complexos de reconhecer as nossas origens religiosas e culturais, seja por causa do jacobinismo público e manifesto de certos "arquitectos" do politicamente correcto. A questão das fronteiras e áreas comuns entre a Política e a Religião fica para outro dia, mas aqui interessa recordar a muito recente campanha presidencial portuguesa.
As campanhas eleitorais também são feitas de sugestões, falam com emoção e razão, para o coração e para a cabeça do eleitor, transmitem algumas mensagens claras, mas também outras que se insinuam só para registo do subconsciente do votante.
A campanha de Cavaco Silva, não abordando directamente a questão religiosa, viu-se várias vezes obrigada a sugerir a religiosidade do candidato para tentar convencer algum eleitorado católico desiludido. Podemos ver isso, por exemplo, neste tempo de antena transmitido na TV, nomeadamente entre os 2m30s e os 2m40s: várias pessoas dizem em conjunto que vão votar Cavaco Silva, num tom e ritmo que insinua que podiam estar a rezar... e este é apenas um exemplo entre muitos que podemos encontrar na sua campanha.
Desta série, ver também: grandes fotografias políticas (I).
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