quinta-feira, 22 de outubro de 2009

cuidado com a universidade que escolhes

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Só há um critério válido para escolher bem uma Universidade. Não é pelo prestígio que a escolho, nem pelas suas taxas de empregabilidade. Nada disso, o que tenho que fazer é uma pergunta muito simples: confio ou não nos valores morais desta universidade?
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Na universidade, tudo o que extravasa a ciência exacta, é manipulação política. Tudo. E quanto maior o grau e ritmo do desafio (pós-graduação, mestrado, doutoramento), mais conhecimentos nos metem goela acima, sendo difícil filtrar o que é mau e indesejável. Não temos escolha senão assimilarmos quase tudo sem cuidados.
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Para levar um curso a sério, é preciso fazer constantemente a promessa "não deixarei que me contaminem", tendo por certo que o farão. Estudar numa universidade e estar consciente daquilo que me fazem aprender para ter boas notas, é uma de duas:
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- ou a coragem de confiar nos valores que a instituição à partida me propõe;
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- ou a soberba temeridade de pensarmos que, à parte do canudo, vamos sair de lá iguais.
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Mas uma coisa é certa. Os momentos livres têm de ser de pura desintoxicação, mesmo quando confiamos minimamente na universidade em cujas mãos nos pomos. Há que pensar se aquilo que me disseram encaixa ou não nas prioridades que tenho de vida ou se, por outra, mudou as minhas prioridades, e se as mudou, se para melhor ou para pior. É tempo de aproveitar o bom que aprendemos e marcar com sinais visíveis o que não presta.
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Temos de ser os homens e mulheres livres, que preferem a dor da luz ao conforto das sombras. Infelizmente, se não temos cuidado, na universidade podemos ficar ainda mais aprisionados ao fundo da caverna. E não devia ser assim.
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10 comentários:

Anónimo disse...

Antonio, tienes que explicarme mejor todo eso.
No lo que dices, que está muy claro; pero lo que tenías en tu cabezita cuando lo has escrito. Besos.
Moneypenny

Anónimo disse...

Que é que se passa, chavalo? Esmiúça lá isso bem!
Godofredo.

MRB disse...

António!:)
resolvi comentar este post, antes de mais nada, apenas para dizer que já tinha muitas saudades de ler posts teus! Espero que esteja tudo bem por aí;)
quanto ao post em si está interessante. Porém não acho que seja possível exigir de uma faculdade aquilo que propoes, se estiveres a considerar apenas as faculdades publicas portuguesas. Já tenho sentido nas aulas alfinetadas contra a Igreja e/ou coisas em que acredito, e realmente o que assusta mais é saber que há injecções que não damos por elas. Felizmente tenho muitas coisas fora da faculdade a lembrarem-me de quem sou e de quem não sou.
Há depois também uma alternativa gira: se as faculdades tendem a manipular os pensamentos, é preciso fazer tudo menos ficar quietos. É óptimo conheceres mais gente católica nas faculdades e unir esforços... por exemplo, sabias que o número de faculdades a fazer missões universitárias está a crescer?? pois é, parece que este ano estas missões vão arrancar pela primeira vez em faculdades como o IST e o....ISCTE...muahaha=P!
Espero que a tua faculdade esteja a ser uma boa faculdade para ti:)
Bjhs*

Anónimo disse...

Apesar de perceber perfeitamente o que queres dizer, tenho a certeza que muito pouca gente percebe. Pior, muito pouca gente se interessa pelo assunto. Sinal claro do mundo perdido em que vivemos! ACC

M. disse...

Eu acho que a faculdade não me mudou. Nao me fez crescer. Isso fi-lo cá fora, durante o dia-a-dia que a vida nos dá. Mas não na universidade. A universidade o que me trouxe foi uma amizade preciosa! E já é o melhor que me poderia dar. Beijo grande

António Vieira da Cruz disse...

MoneyPenny, gracias por tu preocupación! No pasa nada. Besos

António Vieira da Cruz disse...

Esmiuçando, GodFrei, bem que me cheirava a VC...

António Vieira da Cruz disse...

Rosária, olá!

Saudades também.

A verdade é que não há universidades quimicamente puras, e por isso há que estar sempre com um olho no burro e o outro no cigano.

Para além das alfinetadas que bem sentes, o perigo está naquilo que não sentimos, nas teorias que conspiram juntas e nos formam, enformam, deformam os raciocínios e, fatal consequência, as acções. Sobre essas teorias que aprendemos temos de reflectir muito bem, ainda mais em cursos como o teu, ou o meu.

Fico muito contente por as missões chegarem ao ISCTE! Força, é uma experiência riquíssima, sem igual.

Beijinhos!

António Vieira da Cruz disse...

Grande ACC, tão novo e já Velho do Restelo! Ahah

Mas ao contrário destoutro, tendo a concordar contigo. Mas... não demos o mundo por perdido! Subamos aos mais altos montes, toquemos sinos e alarmes, denunciemos as injustiças, aclaremos o olhar às gentes! Tudo para que vejam quão longínquo podem ser os horizontes da verdade, da bondade, e da beleza! Enquanto há vida, há esperança.

Um grande abraço!

António Vieira da Cruz disse...

Querida Maria,

Sem dúvida que sim! Os maiores tesouros são sempre feitos de amizade.

Beijinhos!