quinta-feira, 30 de abril de 2009

algumas virtudes d'um chefe de família

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Passo quase todo o dia fora de casa, ocupado em assuntos alheios, e o resto do tempo passo-o com a família, por isso que o tempo que fica para mim, isto é, para a correspondência, é nenhum.
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Quando regresso a casa, tenho de conversar com minha mulher, de brincar com as crianças, de me entender com o pessoal doméstico. Meto estas coisas nos afazeres, pois têm de ser feitas, e têm de o ser caso não queiramos ser estranhos em nossa própria casa, sendo necessário ter as mais simpáticas relações com os companheiros da vida que a natureza ou o acaso nos deram, ou que nós escolhemos, sem ir ao ponto de os mimar por excesso de familiaridade, nem de fazer, dos servos, senhores. Tudo isto leva os dias, os meses, os anos.
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in "Epístola a Pedro Egídio", de São Tomás Moro
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4 comentários:

João Pedro Ferrão disse...

E mesmo assim arranjou tempo para escrever.

António Vieira da Cruz disse...

João Pedro, bem-vindo pá! E já que falas nisso, cito as frases que Thomas More escreveu imediatamente a seguir, na mesma carta:

"Podereis perguntar, então quando escreveis? Bom, na medida em que não mencionei os tempos de dormir e das refeições - às quais certas pessoas dão tantas horas como ao sono - que devoram quase metade da vida, o pouco tempo que me resta ainda tem de ser subtraído ao sono e às refeições. Como esse tempo é pouco, avanço com vagar, mas enfim foi o bastante para concluir A Utopia (...)"

Abraço

António Miguel Miranda disse...

O Camarada Choco quando consegue chegar a casa, continua a trabalhar!

António Vieira da Cruz disse...

Bem-vindo Camarada. Afinal Sócrates - o albi-castrense - prometeu o que já existia...! o Choco tecnológico.