quarta-feira, 11 de março de 2009

o tamanho conta?

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Os defensores da liberdade abortiva até às 10 semanas lembram-me alguns protectores dos animais que conheço: protegem a qualidade de vida dos toiros e elefantes tão eloquentemente que nem dão pelas formigas que pisam e esmagam durante seus discursos.
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É maior a vida do cão Serra-da-Estrela que a de uma aranha? Não, só se for no tamanho, porque se pensarmos vemos que se trata apenas de duas vidas animais. A diferença entre a criança de 9 semanas e a de 8 meses, e a que já teve a graça de nascer? É apenas uma estética diferença de tamanho.
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Esta é a dura realidade instalada por trás da argumentação dos liberais pró-escolha do aborto:
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- Matem-nos! Desfaçam-se deles enquanto são pequeninos e quase não se vêem!
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- Sim senhor. E depois, o que será de nós?
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- Shhh... depois... olhem, depois não façam muito alarido. Se os miúdos não se queixam, não somos nós que vamos complicar a vida das pessoas, ? Oiçam i-Pod muito alto, assobiem para o lado, liguem a telenovela ou vão à bola, até que qualquer indício de tristeza vos passe. Notem que só podem ter estas coisas e outras porque não tiveram o filho! Afinal, o dinheiro não estica.
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- Pois é. E se mesmo assim não conseguirmos escapar à depressão?
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- , consulta-se um psicólogo que ele resolve os vossos problemas. Ou então, se estas levezinhas não resultarem logo, tentem drogas um pouco mais duras, sem medo. Depois passa. Não aborreçam é as pessoas com aquela cena lixada que elas têm, nem sei porquê...!
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- Que cena?
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- A consciência...
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- ...?!? desconheço.
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- Nem queiras saber. Agora vai e não penses mais nisso. Xau, fica bem.
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A estética e a ética ocasionalmente chocam. Esta é a história de uma almofada de consciência que os portugueses compraram com o voto. Este é o diálogo sobre a vida de alguém que não tem capacidade para participar no diálogo, só porque é pequeno, só porque tem menos de 10 semanas. Esta é a questão, se uma pessoa tem o direito de decidir se outra merece ou não viver, como os imperadores do polegar esticado, no Coliseu da vida, tentando agradar às incaracterísticas massas ululantes.
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2 comentários:

Anónimo disse...

bem dito!

António Vieira da Cruz disse...

Obrigado grande Miguel! Esperava ver-te no último fim-de-semana, mas cortaste-te... Um abraço