segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

alvo certo, mira torta

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As investigações jornalísticas ao “Caso Fripór” (Freeport?) e todos os ataques pessoais à credibilidade de José Sócrates, só têm tido o reverso e indesejável efeito: ajudar o Primeiro-Ministro a consolidar a sua privilegiada posição nas sondagens, nomeadamente face ao PSD, seu mais directo concorrente.
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Como é possível? É possível. É possível porque as pessoas pouco ligam se um governante é mais ou menos corrupto, ou mais ou menos honesto, desde que os seus direitos, crenças e economias não lhes sejam tirados às claras ou em reconhecível quantidade. As pessoas desculpam favorecimentos aos amigos e à família do titular de um cargo, mas não perdoam uma brusca subida de impostos. A gente fecha os olhos a desvios éticos, mas não esquece a perda substantiva do poder de compra.
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Sejamos claros, este Governo é perigoso e o Primeiro-Ministro uma nódoa. Contudo, a oposição partidária e jornalística ainda não acertou no alvo. Enquanto se fala de fripórs, licenciaturas, faxes, projectos indevidamente assinados, e outros, estão sendo aprovadas socretinas leis que violam o direito das pessoas à privacidade (colocando chips controleiros nos cartões de identidade e nas matrículas dos carros; limitando a liberdade de expressão nos blogues, ou até no Carnaval de Torres; etc.); o assassino direito ao aborto sem qualquer justificação passou a existir; a obrigatoriedade de educação sexual nas escolas foi aprovada entre a 1ª classe e o 12º ano.
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Preparam-se ainda outras políticas da morte, que contemplam por exemplo o direito à eutanásia, o casamento para homossexuais, a liberalização do divórcio, o alargamento do direito ao aborto. Continua a perseguição inaceitável a entidades como a Igreja ou o povo da ilha da Madeira, apenas porque nelas há pessoas que ousam falar de forma desalinhada em relação ao mainstream ideológico instalado em São Bento.
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Chegou a hora de pedir contas ao Governo por todas as promessas que ficaram muito aquém de se realizar (os 150.000 novos empregos, o grandioso choque tecnológico, a baixa dos impostos, a saída da cauda da UE..., ..., ...), mas insistimos em pôr a tónica na crítica aos computadores Magalhães, na JP Sá Couto, no curso de engenharia na Universidade Independente, na compra da casa de Sócrates na Rua Braamcamp, ou no "Caso Fripór".
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Quem quer fazer oposição a sério a Sócrates e ao PS, deve focar-se mais no ataque às perigosas políticas do albicastrense que na crítica da sua honradez, ou falta dela. Se houver falcatruas, pagam (eventualmente) as pessoas que as fizeram; só que, pelas políticas erradas, irresponsáveis, ou até perversas, pagamos todos nós. Aqueles que atacam a integridade moral de Sócrates, apenas se habilitam a que ele se sinta mais frágil. No entanto, aqueles que atacarem as suas políticas farão com que mais portugueses possam sentir o nocivo que é continuar a ter este Governo como nosso. Lembro que somos nós, os portugueses, quem escolhe o Governo este ano. Tem-se apontado ao alvo certo, mas com a mira torta.
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7 comentários:

Anónimo disse...

Nem mais.

Anónimo disse...

O Estaline Santos Silva ainda é o pior...

Madalena disse...

Boa, bem dito. Continua a escrever. Já que a oposição não sabe bem qual é a sua função...

António Vieira da Cruz disse...

Anónimo(s) do meio-dia. Obrigado pela visita e comentários. De facto, o Ministro que gosta de "malhar" (citando-o) é perigoso. De resto, a lei dos chips nas matrículas foi feita por ele.

Abraços

António Vieira da Cruz disse...

Obrigado Madalena! Ajuda-me... o Adamastor é enorme e esta caravela pequena...

Bjs

Anónimo disse...

vota PNR!

António Vieira da Cruz disse...

Anónimo, bem-vindo! Obrigado pela sugestão, mas não me leve a mal, porque no PNR não votarei com toda a certeza. Abraço